1Abc Directory The Style Culture: O livro, Matusalém, e filho do Blog

15/07/2008

O livro, Matusalém, e filho do Blog

Então, vou falar de comida de novo.
O livro também é um contra-veneno à internet, reino do efêmero, da não-inscrição inscrita. Não é nada com o tradicional, é só que o livro jamais será substituido. Não completamente.
É como uma boneca russa: você abre e tem outra dentro. Mas em termos de dimensões, a variedade é impressionante e também sutil.
O significante, lacanianamente estático, é um ponto (Kandinsky riria disso...). O significado, completamente amarrado ao contexto, é um plano sintagmático infinito. Desdobra-se, mais que mallarmaico, em cada página, em hiperlinks que ocorrem na alma, e no capricho do autor. Entre as páginas, a bidimensionalidade da folha nos faz esquecer que ela tem uma espessura. Fatalmente, porque é material. Quero dizer, ela tem sim - mas não tem, e a somatória das não existências da espessura das páginas acabam dimensionando o peso da obra (em gramas ou kilos...). Assim, coisa linda que é o livro. Uma das maiores invenções, uma das maiores obras de arte da humanidade. E depois, da palavra-ponto, à página-idéias planos, ao volume livro, há também o livro 4D, que transcorre no tempo real, tão real durante a leitura, tão real na alma. E tão real na história.

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