1Abc Directory The Style Culture: 15 de jul. de 2008

15/07/2008

O livro, Matusalém, e filho do Blog

Então, vou falar de comida de novo.
O livro também é um contra-veneno à internet, reino do efêmero, da não-inscrição inscrita. Não é nada com o tradicional, é só que o livro jamais será substituido. Não completamente.
É como uma boneca russa: você abre e tem outra dentro. Mas em termos de dimensões, a variedade é impressionante e também sutil.
O significante, lacanianamente estático, é um ponto (Kandinsky riria disso...). O significado, completamente amarrado ao contexto, é um plano sintagmático infinito. Desdobra-se, mais que mallarmaico, em cada página, em hiperlinks que ocorrem na alma, e no capricho do autor. Entre as páginas, a bidimensionalidade da folha nos faz esquecer que ela tem uma espessura. Fatalmente, porque é material. Quero dizer, ela tem sim - mas não tem, e a somatória das não existências da espessura das páginas acabam dimensionando o peso da obra (em gramas ou kilos...). Assim, coisa linda que é o livro. Uma das maiores invenções, uma das maiores obras de arte da humanidade. E depois, da palavra-ponto, à página-idéias planos, ao volume livro, há também o livro 4D, que transcorre no tempo real, tão real durante a leitura, tão real na alma. E tão real na história.

Mundo do açúcar e glutamato monossódico

Aí você me pergunta: comida de novo? É.

A maior arte de todas, mas ninguém percebe. A mais praticada, a mais acessível, e a mais sutil. Sim, e difunde-se simultaneamente por quantos sentidos? Olfato, paladar, visao, tato, prazer químico, prazer social... e a efemeridade, ainda vão descobrir o preço dela. Digo, vale muito mesmo...

Quanto ao docinho ao lado, não é de abacate e chantily com cereja. É um sushi de sei-lá-o-quê, porque abacate não é mesmo. Deve ser pepino... Seria atum o vermelhinho? Hmmm....

Comida japonesa? Abacate, banana e kanji?!? Bem, foi de propósito. Dá trabalho chegar à perfeição. Um contra-veneno para quem acha que o [homem] vive fundamentalmente de pão. Digo, nem só de pão vive o [homem]. Vive de prazer.

Yes, nós temos bananas. Mas não embalagens assim...



Excelente design. E assim eu inauguro o blog, com uma peça digna de homenagem. Seria brasileira? Seria chinesa? Com essa cara e com kanjis no rótulo? Então nasce a imponderabilidade na cultura contemporânea, e sem história aparente. Apesar de que... a banana não é brasileira...